O Brasil fora do armário

“O Brasil fora do armário” é um livro que tem como objetivo refletir, a partir do materialismo histórico dialético, a construção social da sexualidade, suas particularidades na realidade brasileira e as formas de lutas e enfrentamentos que atravessam a sociedade a partir das relações de gênero e sexualidade.

Por Leonardo Nogueira
Professor do Departamento de Serviço Social (ICSA/UFOP)

O debate sobre diversidade sexual e de gênero tem ganhado ainda mais relevância no contexto de ofensiva fundamentalista e neofascista no Brasil com a eleição do governo Bolsonaro (sem partido). A cruzada ideológica contra os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e o desmonte das ações de Estado em defesa da população LGBTI evidenciam o caráter patriarcal da política sexual no governo atual.

É diante desse contexto que a Editora Expressão Popular, em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo, publica o livro “O Brasil fora do armário: diversidade sexual, gênero e lutas sociais”. A Expressão Popular já havia publicado o livro “Hasteemos a bandeira colorida: diversidade sexual e de gênero no Brasil” em 2018, fruto de um trabalho desenvolvido pelos movimentos sociais no campo da Via Campesina.

“O Brasil fora do armário” é um livro que tem como objetivo refletir, a partir do materialismo histórico dialético, a construção social da sexualidade, suas particularidades na realidade brasileira e as formas de lutas e enfrentamentos que atravessam a sociedade a partir das relações de gênero e sexualidade. Os autores e a autora do livro são docentes, pesquisadores e militantes que atuam junto aos movimentos sociais, entre estes, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Conforme consta na introdução, “este livro se insere na batalha das ideias com o objetivo de evidenciar a relevância de uma abordagem que considere gênero e sexualidade como elementos indivorciáveis da sociabilidade humana e, portanto, elementos que não podem ser mecanicamente excluídos das análises sobre a sociedade em seus aspectos estruturais e conjunturais. […] A diversidade sexual e de gênero precisa ocupar um espaço coerente na reflexão e na ação política, evitando o engodo de encará-la como subproduto de uma ‘cortina de fumaça’. Para tanto, é necessário recuperar o lugar e o papel, na nossa sociedade, da sexualidade e das relações patriarcais de gênero (entendidas aqui, inicialmente, como as relações nas quais os homens exercem, predominantemente, o poder e as funções de autoridade moral, política, social e econômica, e todas as consequências que esta situação desigual acarreta). Essa recuperação pode se dar com base nos fundamentos históricos do desenvolvimento do ser social, dos debates sobre a particularidade da formação social brasileira e das análises de conjuntura política. Também se torna fundamental investigar como o imperativo do heterossexismo (ou seja, a heterossexualidade como única forma de desejo sexual) e da cisgeneridade (quando a única identidade de gênero aceita é a que corresponde à atribuída no nascimento) se articulam com as determinações de classe, raça/etnia e gênero”. (Leonardo Nogueira, Maysa Pereira, Rafael Toitio).

“O Brasil fora do armário” pode ser baixado gratuitamente e a versão física pode ser adquirida no site da Expressão Popular.

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